Classificado pela UNESCO como Património Mundial, o Vale dos Reis é uma enorme necrópole do antigo Egipto localizada muito perto da cidade de Luxor. A maioria dos faraós do chamado Novo Império (as dinastias 18, 19 e 20, que governaram entre 1550 AC e 1070 AC) foram aí enterrados, bem como muitas rainhas, nobres, príncipes e muitos animais, todos com o seu devido processo de mumificação.
Introdução
O faraó Thutmose I inaugurou esta necrópole em 1500 AC com um método de construção muito específico que tornaria o Vale dos Reis um local muito peculiar. O governante ordenou a Inani, o arquitecto real na altura, que a construção do seu túmulo fosse feita no maior segredo, apenas os dois e os escravos envolvidos na obra saberiam a sua localização.
A razão? Thutmose temia pilhar em caso de ocupação, e como eles acreditavam fervorosamente na vida após a morte e pretendiam enterrar ali toda a sua família, era imperativo que os túmulos fossem mantidos nas melhores condições possíveis e bem protegidos dos atacantes. Assim, não só a família de Tutmose foi aí enterrada, mas também as sucessivas dinastias do Novo Reino durante cerca de 400 anos, mantendo sempre o segredo da sua localização. Isto foi fundamental para as descobertas arqueológicas de séculos posteriores.
No lado oriental, o Vale dos Reis abriga a maioria dos túmulos, dos quais mais de 60 foram descobertos até agora, todos esculpidos nas rochas, o que garantiu o seu abrigo e protecção contra os invasores. Os mais visitados pelos turistas são os túmulos de Tutmés I, Ramesses VI, Tutmés III, Mrenptah e Amenhotep II, mas o mais famoso é o de Tutankhamun, por muitas razões, mas principalmente porque foi o único encontrado intacto.O local está a salvo dos saqueadores e com todos os tesouros dentro, e por causa do mito que rodeia uma suposta maldição.
Tudo o que foi encontrado no túmulo de Tutankhamun, incluindo a múmia do faraó, pode ser visto no Museu Egípcio no Cairo. No Vale dos Reis só resta o túmulo vazio, mas pode ser visitado.
O mito da maldição de Tutankhamun
Na década de 1920, o egiptólogo Howard Carter deparou-se com o nome de um faraó desconhecido da 18ª Dinastia, que tinha governado durante muito pouco tempo devido a uma morte prematura. O aristocrata Lorde Carnarvon financiou a busca do seu túmulo, que se acreditava estar no Vale dos Reis e que Carter assumiu que estaria intacto. Ele não estava errado: a 26 de Novembro de 1922, uma equipa de arqueólogos e parte da família do Lorde Carnarvon abriu um buraco no topo da porta do túmulo e a luz das velas revelou os tesouros de Tutankhamun.
Todas as pessoas que testemunharam esta descoberta em breve morreram de causas que eram misteriosas na altura. Estas mortes foram logo associadas a uma suposta maldição dos faraós, que deu origem a dezenas de lendas que foram capturadas em livros e filmes. Mas existe uma explicação científica para o facto de todos terem sido afectados, principalmente com insuficiência respiratória e pulmonar.
Durante séculos, a decomposição da matéria humana, alimentos, plantas e outros seres vivos foram mantidos num espaço pequeno e hermeticamente fechado, preservando inúmeras bactérias e vírus que, uma vez abertos, se espalharam e afectaram as pessoas nas proximidades. Esta é a explicação para as complicações de saúde dos arqueólogos e aristocratas que nunca foram vítimas de qualquer maldição faraónica.
Como chegar ao Vale dos Reis
O Vale dos Reis situa-se na margem ocidental do rio Nilo, muito perto da cidade de Luxor. Pode chegar lá de comboio a partir desta cidade, uma curta viagem de 25 km, se tiver o seu hotel em Luxor. Outra opção é apanhar o comboio da noite a partir do Cairo ou um voo directo de 2 horas e, à chegada a Luxor, pode visitar o Vale dos Reis noutro comboio ou contratar um serviço de visita guiada que também inclui transporte.
Calendários
O Vale dos Reis pode ser visitado de segunda a domingo, das 6h às 16h.
Preços da visita ao Vale dos Reis
Se viaja sozinho, uma boa opção para visitar o Vale dos Reis é alugar um táxi ou um carro privado para uma manhã inteira, não só para o levar a esta zona mas também para aproveitar a proximidade de outros locais de interesse em Luxor. É sempre uma boa ideia negociar a tarifa, evidentemente com antecedência, mas um preço justo situa-se entre 90 EGP e 120 EGP.
O bilhete básico sem guia dá-lhe acesso para visitar três túmulos à sua escolha (excluindo o túmulo de Tutankhamun, que deve ser pago separadamente) e custa 160 EGP para adultos e 80 EGP para estudantes acreditados. Recomendamos a contratação de um serviço de guia para aproveitar ao máximo a sua visita, quer antecipadamente com o seu agente de viagens ou quando chegar a Luxor.
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